domingo, 24 de julho de 2011

Cry baby



Sem nenhuma atitude perturbadora. Sem ouvir ao longe aquela música da Janis que eu tanto gosto. Sem beijo. Sem nada. Você se foi com a explicação pueril de que eu errei. Pronto. Errei mesmo, como erramos todos os dias e quer saber mais? Errei por que quis errar, desvencilhar-me logo dessa palhaçada à qual nos submetemos nesses últimos finais de semana.
Odeio partidas e se, esse for mesmo o caminho, te desejo a paz que você nunca me desejou sendo tão linda, tão suave e tendo os olhos e cabelos e sorrisos mais perfeitos que eu já vi. Essa tua inocente intensidade me levou a acordar e dormir pensando em você. E isso não é paz. Talvez essa loucura de só querer o bem seja a mais cruel guerra que já inventei.
Quando combinamos de sair, sei lá, tomar um sorvete e na hora marcada liguei abortando o plano, concluia ali o perverso ato que só nós, solitários indecentes, conseguimos elaborar. Ali eu te disse: vai embora, eu não quero mais você, foda-se, não quero mais me perder no infinito do seu olhar, o seu abismo é muito perigoso e apesar de ser mais velho que você, eu tenho medo. Muito medo. Medo de estar ao seu lado, olhar pra trás e não querer nunca mais voltar. Você só entendeu o que você queria entender, que naquela hora não daria pra ir aí te buscar pra irmos à sorverteria. Daí eu pensei que convidando sua melhor amiga pra sair talvez você percebesse que eu te amo, amo pra caralho, mas não dá pra ser feliz ao lado de alguém tão feliz. Nesse instante eu saquei que você realmente não entende porra nenhuma de semiótica. Era pra você me bater, me xingar, colocar uma nota no facebook dizendo que eu morri pra você ou, simplesmente, me mandar tomar no cú. Mas não, você também é ardilosa, também tem mania de silêncio.
Ir àquela festa ontem e me propor ao abate sentimental fez com que eu entendesse que você é muito mais. Muito mais do que suas unhas cortadas e lixadas com perfeição. Você é minha. Só minha. E não adianta vir com cara de bunda dizendo o contrário. Você não entende nada. Você me ama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário