quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Das coisas que a gente deixa pra trás.



Acho que era teoria mesmo. Furada. Estava lá, os signos nunca mentem. Acho que a gente leu o zodíaco do jornal passado. Não era pra ser. Estava tudo errado. Você nunca entenderia. A gente nunca sabe o que quer. Isso se chama era dos extremos, Plutão não entra em Saturno. Marte não encontra Urano e nós éramos só vinho mesmo.
Uma vez eu atropelei um gato. Preciso te contar essa história. Fiquei anos lamentando e me martirizando por isso. Parei o carro, desci e fui procurar o pobrezinho no asfalto. Eu devia ter passado com tanta velocidade que não sobrou nada. Nem rastro. Outro dia, no mesmo lugar, o mesmo gato zoneava com duas crianças na beira da pista. Era ele. Lindo, grande, gordo e cinza. Vivo.
O mesmo aconteceu com a gente. Quando acreditei que tinha passado a toda pelos seus sonhos, pelos seus planos e seu colorido, me vem você, cheia de sorrisos, brincando na beira de tudo. Viva.
Não há por que olhar pro céu, para os os planetas e fantasiar intenções. O nosso dia é a gente que faz. Não vamos botar a culpa no sistema solar. Pode ser que venha um asteroide e acabe com tudo. Como eu fiz com o gato que não morreu. Como eu fiz com você que nem sentiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário