segunda-feira, 4 de junho de 2012

A lua amarela dos intelectuais e loucos.


Ninguém quer escrever sobre o amor. Ninguém quer falar de amor. Você disse que queria ficar um pouco mais. Pronto, se esta sociedade de merda fosse minimamente mais sensível, isso seria manchete do New York Times por uma semana. Você nunca quis permancer nem um segundo além do estipulado, sempre tinha uma ligação pra atender, uma mensagem pra enviar e uma hora pra chegar. Mas na sexta, ah, na sexta você disse que queria ficar.

Lá fora o mundo pulsava e parecia que ia explodir a qualquer momento, as luzes piscavam, os carros rodavam, mulheres davam, filhos nasciam, mas a gente estava ali, doidos pra que aquela noite fosse tão somente a alegoria do pra sempre.

Alguém disse alguma sobre intelectuais e loucos, sei lá, não lembro bem. O fato é que nada pra mim será tão inesquecível como teus olhos nos meus olhos e a sensação de que juntos somos imbatíveis. Tudo bem, foi só uma ou duas partidas de truco pra mediocridade do mundo mas, pra mim, pra mim que gosto tanto de você, bastou como bastam três mordidas num McLanche Feliz pras crianças ocidentais cagarem pro resto do universo.

Eu gosto de você, é fato e é prolixo. Eu gosto de você independente de quem você gosta, independente das garotas que eu transo, independente de tudo. E eu gosto de você em silêncio, pra não perturbar seu sono, pra você não se assustar.  A lua amarela que brotou no céu na hora em que você foi pra casa foi só um exemplo.

Um comentário:

  1. Que especial essa sua maneira de mesclar humor com lirismo! Nossa, adorei esse texto, perfeito!

    ResponderExcluir