segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Amor ecumênico.

O infinito instante então perdura e eu vou pensando nela enquanto passeio os dedos por meus cabelos anelados. Protelar a vida procrastinando a história; essa é a metade do que cabe a um homem que ama. A outra parte é saudade. Observo um casal de meia idade entrando com seus filhos numa padaria. O que lhes reserva o destino hostil do amor? O que de sagrado e profano existe naquelas mãos dadas? Eu penso nela como quem pensa em santidade, com a justa medida entre idolatria e carnaval.

Abro um parentese: é feliz quem tem alguém pra pensar. Faço planos pro reveillon e me lembro que ela não está aqui. O sonho vago, a metáfora incompleta somos nós dois. Percebo agora que já há algum tempo me permito deixar levar pela incerteza das suas inserções oníricas. Eu tenho fé em Deus e isso basta. Portanto que me sobrem espaços para que caibam em mim todas as suas intenções.

Muito me interessa sua lógica de cantar com os passarinhos - se alguém me disser que é mais feliz que isso eu duvido. Tenho seu rosto pregado na parede da memória, a foto que nunca tiramos abraçados, e me sinto bem. Eu tudo e nada. Amor taoísta de deixar de ser para ser ainda mais. Procuro então seu telefone em vão e eu vou acreditando que mesmo assim tudo pode ser melhor amanhã. Tudo verdade. Tudo amor. Tudo que não consigo dizer enquanto estou com você.

Eu vou pensando nela por que a amo e isso eu descobri brincando de estar ao lado dela, na alegoria do pra sempre, chamando-a de meu amor.

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