terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Confissão (ou pequenas respostas para suas perguntas)

Não me pergunte mais por que eu gosto tanto de você. As coisas são assim e pronto. Você já perguntou pro bem-te-vi por que é que ele insiste em cantar sempre às sete e meia da manhã na sua janela? E se todo esse tempo que você multiplicou as questões mais loucas ao meu respeito fosse repovoado por noites no cinema e porres na casa da sua melhor amiga? Se você pudesse voltar no tempo e dizer sim para todas as coisas estapafúrdias que eu te contei não seria melhor do que ficar sonhando no chuveiro com o cara que vai esbarrar com você numa esquina qualquer e convidá-la para um café?

Todo esse papo de amor não leva a nada, baby. As pessoas vivem choramingando por aí que não são compreendidas sem se dar conta de que o amor é, por essência, um sentimento incompreensível. Existe o casal que deu certo por que os dois são super parecidos; ela formada em agronomia e ele cantor sertanejo. Existe o casal que se ama por que os dois são extremamente diferentes; ela pianista de orquestra e ele tratador de girafas e os polos se atraem e talz. E existe quem não sabe explicar, assim como eu.

Se você quer mesmo saber, eu gosto de você por que suo feito um corredor de maratona gordo ao te ver chegar. Por que eu não consigo dizer uma só palavra do que tinha planejado quando me deparo com o infinito do seu olhar. Eu gosto de você por que ao seu lado a noite passa voando e eu não aprendi ainda a hora de partir. E faz tempo.

Olha, segura a minha mão, vou te contar um segredo. Quando eu conheci você não demorou muito pra eu me apaixonar por esse sorriso lindo que você tem e não me pergunte por quê que eu não vou explicar tudo de novo. Só não falei naquela mesma hora por que tinha muitas coisas pra resolver, principalmente dentro de mim. Estava mal, meio deprê e achando que o amor nem existia mais. Tinha saído de um relacionamento complicado, daqueles que a gente vê na novela e nunca acha que vai acontecer com a gente. Pois é, aconteceu comigo e foi foda. Então eu decidi não colocar você no meio de toda essa loucura que eu criei, decidi que no dia que me sentisse novo de volta eu daria um jeito de te dizer tudo que eu sentia. Então, let's play a game.

O amor é esse sentimento desajeitado, que fica sempre procurando um jeito de encontrar o ser amado sem medo de parecer ridículo. Esse mesmo jeito que eu tenho de ficar sempre te enchendo o saco, não me importando se somos tão parecidos ou completamente diferentes. Faz tempo que eu queria te contar isso, então chega de perguntas e me beija.