quinta-feira, 18 de junho de 2015

Tão longe.


Hoje eu fui convidado para uma exposição daquelas que a gente fica em pé e come pequenas coisas em pedacinhos de blindex. Convidado para uma daquelas festas que os meus amigos vão sorrindo de mãos dadas com as suas namoradas sem saber que, no final das contas, todo mundo sai com o coração lustrado e de barriga vazia. E eu não fui.

Hoje eu sonhei com o mínimo de você que ainda me cabe e fiquei por horas e horas pensando: porra, o que é que eu ainda tô fazendo aqui? E me lembrei de todos os trampos chatos, de tudo que eu preciso fazer de longe pra ter uma pequena oportunidade de estar aí com você. E me chegou o convite. E eu pensei em te ligar. Não te liguei.

Já faz um tempo e você sabe - foi impossível omitir, desculpa - eu poderia ser enquadrado como louco. Louco como aqueles que escrevem cartas de amor sem explicação. Loucos como eu que só esperam uma notícia boa. E eu fico feliz por tudo.

E é incrível como você me prende: não sou seu. Não poderia ficar um minuto longe de você se estivesse aí e isso é quase uma antítese do que sou, talvez por isso eu te ame de longe, devagarinho, para os bem-te-vis que existem dentro de mim não se assustarem. Eu amo você como os passarinhos que estudam semiótica e te perturbam todo dia às sete horas da manhã.

Não é minha, por mais que venhas em sonhos - e tantos sonhos - me dizer o que fazer. E eu já fui tão longe em dizer que te amo, falta você me falar que quer ser amada.

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