sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Assim seja.

Hoje vai ser a última vez que te escrevo. A última vez que vou me lembrar que cada foto sua me faz um bem imenso e a última vez que te prometo as coisas mais bonitas esta noite. Hoje, e por enquanto, nada mais vai me fazer faltar o ar, nada mais vai me prender o pensamento; nem livros, nem trabalho, nem nada. Hoje, a última vez que te escrevo, vai ser o dia que seremos felizes para sempre em cinco parágrafos e algumas outras linhas.

Não que você tenha alguma coisa a ver com isso, mas é foda pra mim. Já não tenho mais idade pra ficar me propondo ao abate sentimental de ficar puxando assunto dia sim, dia não, na internet esperando qualquer migalha de atenção da sua parte. Mas até que eu estava gostando de me sentir com quinze anos de novo, na larica da mocinha sorrir da piada mais sem graça. Não nego e acho até que me aturar deve ser um exercício constante de paciência. Só que acabou. Hoje é a última vez que fico bad ao ver você com outro. Hoje, a última vez que te escrevo, só quero lembrar do que foi bom.

Dói pra caralho, sabia? Dói por que eu cultivei você, reguei você, fiz de tudo para que você florescesse em mim da forma mais bonita. Só que anda doendo demais e isso não é bom. Não adianta eu vir com as conjecturas mais poéticas de que o amor é assim mesmo, que é necessário todo esse sofrimento para servir de inspiração para os meus textos mais avassaladores. Sou do século vinte e um, baby, tente me entender, lido melhor com vídeos games do que com poemas de amor.

No mais, você não tem quase nenhuma culpa nessa história afora o fato de poder ter me dito não há algum tempo atrás. Culpa por não ter sido estúpida o bastante pra dar o fora logo de cara e insistir em me levar em banho maria até hoje: o dia que não dá mais. O dia que esquecerei amanhã junto com a cor dos seus cabelos. Junto com todos os momentos que me senti o mais imbecil por falar as coisas mais profundas tão fora de hora. O dia em que decidi parar de escrever pra você.

Bem provável que eu não deixe de gostar de tudo que habita em mim quando penso nos seus olhinhos caramelos e que nenhuma outra moça que eu tente usar como escudo fará com que você deixe de estar presente em cada acorde da minha guitarra. É foda. Mas deixa. Você está feliz e eu quero que continue assim. E, pra te dizer a verdade, na vida eu sempre consegui tudo o que eu quis. O lance é que agora eu não quero mais. Ponto final.

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